Estamos diante de dois temas que, quando juntos, costumam causam furor. Mas toda decisão é pessoalíssima e nem sempre ela é compreendida. A androginia para muitos significa estar no muro e a transsexualidade significa cruzá-lo. Não é exatamente “só” assim.
A androginia quando comparada com a transsexualidade (ok, na verdade são incomparáveis) significa um estado intermediário. Ela:
- nem sempre requer mudanças físicas – muitos nascem andróginos;
- nem sempre é acompanhada de disforia de gênero;
- nem sempre requer que a pessoa seja dúbia fisicamente.
Há vários “tipos” de androginia e eles usualmente são abusados. Só que o grande denominador comum é que a pessoa tem de acumular uma proporção parecida de características femininas e masculinas. Mesmo não sendo possível quantificar qual é essa proporção, temos alguns clichês e situações exemplo onde isso é identificável:
- a moça tomboy, o menino metrossexual, etc;
- a menina jogadora de futebol que faz as unhas, joga videogame e usa saias;
- o homem másculo que é carinhoso, sensível e chora.
Repito, são exemplos. O que importa: a androginia não é exclusivamente expressada pelo corpo. Muitos outros componentes entram nesta equação.
A transsexualidade é uma palavra mais específica à mudança de gênero. Portanto, pelo menos requer que a pessoa mude de gênero ou a sua apresentação quanto a ele.
Também: pode ser que uma pessoa transsexual seja ou se apresente como andrógina. Como a androginia tem várias facetas, é perfeitamente possível que um antes homem mude de gênero, apresente-se como mulher, mas seja andrógina. Ou, parafraseando o começo do texto, você pode cruzar o muro para ficar do lado de lá dele.
Estes caminhos devem andar juntos. E, de novo, a gente já encontra muitas palavras negativas lá fora. Aqui não!
